nos gêneros da flora francesa são, como se sabe, muito raras nos trópicos, e nunca as recolhi, no decurso das minhas viagens, sem experimentar uma certa emoção. Este erinus me fez lembrar o dos Alpes, as risonhas campinas onde vi este último pela primeira vez, e as doces recordações da pátria vieram misturar-se ao recolhimento em que me mergulhara o espetáculo das florestas sombrias e majestosas que então atravessava.

Após subir e descer várias vezes, chegamos, ao cabo de uma hora, no ponto mais elevado. Lá um panorama tão extenso como variado se desdobrou. Descortinamos toda a planície, as colinas que aqui e ali a cortam, e, mais ao longe, os morros pitorescos de Tijuca e do Corcovado. À esquerda o horizonte era limitado pela baía do Rio de Janeiro, e como a entrada desta estava escondida pela neblina, mostrava-se a meus olhos aparentando um imenso lago semeado de ilhas.

Descendo a montanha tive o prazer de encontrar em floração (no começo de dezembro) grande número de taquarussús, a maior espécie de bambu que cresce no Brasil. Estas gramíneas gigantescas podem se elevar a cinquenta ou sessenta pés de altura; suas varas, de um verde escuro, têm a grossura de um braço; quase desde a base curvam-se em arco, e frequentemente sua extremidade toca o chão. Nos nós, que são afastados uns dos outros de vários pés, nascem verticilos de ramos curtos e carregados de folhas lanceoladas. Passam-se vários anos desde o nascimento do taquarussú até a época da floração, que põe termo à sua existência. Imensos panículos de quinze a vinte pés de comprimento se desenvolvem na extremidade do caule; mas a esse tempo a planta já perdeu toda a beleza; não lhe restam mais quase folhas; o matiz pardacento das flores parece anunciar-lhe a próxima destruição, e a rigidez dos ramos afastados do panículo acaba por lhe tirar toda a elegância. O taquarussú é, aliás, uma planta utilíssima. Fazem-se escadas leves e sólidas com as