senhores; uma escada de madeira, muito mal construída, conduz aos apartamentos: os da parte de trás são reservados para as senhoras; os da frente consistem numa série de grandes peças todas dependentes umas das outras e muito pouco mobiliadas; ao fundo dessas peças estão pequenos cubículos obscuros fechados por portas, e é lá que se dorme. Tal distribuição não é peculiar a Pau Grande; encontramo-la com bastante frequência nas casas antigas de certa importância, e está de acordo com os costumes do país. As mulheres que pouco convivem com os estranhos; que geralmente, mesmo, nem aparecem, devem habitar um local completamente separado. Os homens, ignorando os encantos da leitura e do estudo, entregues a seus prazeres ou a ocupações externas, mal têm necessidade de encontrar apartamentos em que se possam reunir; e, para se deitarem, não importa que os quartos sejam escuros ou bem iluminados: uma célula privada de luz é mesmo preferível para quem quer dormir durante o dia.
As usinas e senzalas são, em Pau Grande, alinhadas aproximadamente em semicírculo diante da habitação do senhor. A distilaria, as caldeiras e a moenda se seguem na ordem que indico, e estão colocadas em uma construção imensa edificada de madeira e barro. A árvore que forneceu a madeira extremamente dura que se utilizou nas obras tem o nome de baraúna e pertence à família das leguminosas; para os tetos serviram-se dos caules da palmeira esguia que se chama palmito. Em torno da peça em que estão os tachos corre uma galeria rodeada por uma balaustrada donde o proprietário pode, sem ser incomodado, inspecionar os trabalhadores. A moenda de cana, que gira movimentada pela água, é devida a um mecânico que o Marquês de Pombal enviou ao Brasil; a esse engenho estavam associados outros maquinismos mais ou menos úteis, que, porém, não foram conservados. Em outra construção há, atualmente, um pilão