Natureza, doenças, medicina e remédios dos índios brasileiros (1844)

Igualmente recomendo o Cap. III — "Contribuição para as ciências médicas e naturais" —, da monumental obra do sábio historiador, pe. Serafim Leite, S. J. — História da Companhia de Jesus no Brasil. T. II. 1938.

Dentre as modernas produções etnográficas, estudamos uma de grande valor, ricamente ilustrada, publicada em 1924. Só por si, constitui ela substancioso volume do Thirty — Eighth Annual Report of lhe Bureau of American Ethnology to the Secretary of lhe Smithsonian Institution — 1916-1917 — Washington D. C. An Introductory Study of the Arts Crafts, and Customs of the Guiana Indians by Walter Edmund Roth.

É obra de fôlego, quanto às artes, ofícios e costumes dos índios das Guianas. No capítulo dedicado à higiene e às doenças, há observações bastante proveitosas no que tange à medicina e à terapêutica dos ameríndios. Assim é que se acham assinaladas: conjuntivites, febres, diarreias, disenterias, epilepsia, cólicas hepáticas, mordeduras de cobra venenosa, etc. Mas, mesmo assim, com esta riqueza e variedade de assuntos, consideramos a presente monografia de Martius, mais ampla, minuciosa, original e de maior interesse para o Brasil.

A Medicina Aborígene Americana, do dr. Ramos Pardal, publicada em 1937, é livro excelente; entretanto, estuda mais os Araucanos, os índios do antigo Peru, do México antigo, do que os Tupi-Guaranis.

É justo prestar homenagem aos valiosos trabalhos dos primeiros observadores da etnologia empírica brasileira, porque foram eles que estudaram os índios em seu estado primitivo e menos influenciados pela colonização estrangeira. Nessa plêiade brilhante estão os padres Manoel da Nóbrega, Azpilcueta Navarro, José de Anchieta, Fernão Cardim, Ambrosio Fernandes Brandão, um dos interlocutores dos Diálogos das Grandezas do Brasil, Gabriel

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