Natureza, doenças, medicina e remédios dos índios brasileiros (1844)

Soares, fr. Vicente do Salvador, Simão de Vasconcellos, Hans Staden, Jean de Lery, lves d'Evreux, Claude D'Abbeville, etc.

O cronista Pero Vaz de Caminha e o piloto da armada de Cabral, foram os primeiros que observaram e descreveram os brasilíncolas tupiniquins de Porto Seguro. Da carta de Pero Vaz de Caminha, escrita a 1º de Maio de 1500, "diploma natalício lavrado à beira do berço de uma nacionalidade futura, podemos colher algumas das impressões deixadas pelos sucessos de que se constituiu historiador", escreveu Capistrano de Abreu.

Desse magnífico relatório, o primeiro documento rico de preciosas notícias etnográficas referentes aos brasilíndios, transcrevemos alguns trechos que servirão de provas ao que afirmamos.

"Ali veríeis galantes (os brasilíncolas), pintados de preto e vermelho e quartejado assim pelos corpos como pelas pernas; também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres moças assim nuas que não pareciam mal." Vejamos outro trecho em português moderno: "eram uns 18 a 20 homens, pardos, nus, sem nenhuma coisa que lhes cobrisse suas vergonhas; traziam nas mãos, arcos e setas; vinham todos rijos, da praia, para o batel e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pusessem os arcos e eles os puseram. A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados de bons rostos, e bons narizes, bem feitos; andam nus, sem nenhuma coisa cobrir, e estão a cerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto; traziam ambos o beiço de baixo furado, e metidos por ele fragmentos de ossos brancos e botoques de madeira.

Os cabelos são corredios e andavam tosquiados de tosquia alta, mais que de sobre pente, de boa grandeza, e rapados até por cima das orelhas." Não lhes passou

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