Natureza, doenças, medicina e remédios dos índios brasileiros (1844)

Assim é que, no conceito antropológico de qualquer raça humana, sempre se reflete o espírito da época de que se achavam impregnados os observadores, e esse ponto de vista não deixa de ter importância, quando se considera o índio brasileiro como tema de descrição antropológica, que deve ser estudado, baseando-se em ampla observação sem preconceitos, como o fizeram: von Humboldt, Rush, G. S. Morton, d'Orbigny, etc.

Além disto, tais investigações assumem ainda mais elevado interesse, se considerarmos que os primitivos brasilíncolas serão lançados no grande remoinho social e civil de onde, mais cedo ou mais tarde, surgirá uma população remodelada e quase nova — a do Império Brasileiro; que nesse torvelinhar eles hão de perder, a mais e mais, suas características próprias e, finalmente, se extinguirão por completo, como membros independentes da grande família humana — conforme parece ter determinado o Espírito Universal.

Por conseguinte, os relatórios que em certa época descreveram a natureza física do autóctone brasileiro, podem ser considerados documentação, focalizando historicamente, naquele tempo, o fato notável de uma raça que tende a desaparecer.

A população aborígene do grande Império Brasileiro apresenta um aspecto autonômico e próprio, em todas as suas características corporais.

Até que ponto esta constituição característica do autóctone brasileiro reaparece ou varia em outras regiões do continente americano, e até quanto podemos ou não

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