O pau-brasil na história nacional

uma ilha alta e deserta no meio do mar; o capitão-mor quis reconhecê-la, e perdeu contra um cachopo, distante dela quatro léguas, a Capitânia, nau de trezentas toneladas, de que só a gente se salvou. Por sua ordem, Vespucci foi à ilha ver se achava algum surgidouro em que pojassem todos. Achou belíssimo porto e deixou-se ficar à espera sem dar sinais de si. Passados oito dias, viu navegando uma nau, com a qual se juntou e foi à Bahia-de-Todos-os-Santos, ponto marcado para a reunião de todos os navios, caso se desse por qualquer motivo dispersão. Aí esteve algum tempo. Depois fundou mais para o sul uma fortaleza em que deixou vinte e quatro cristãos com mantimentos para seis meses, doze bombardas e muitas outras armas; acompanhado de trinta homens penetrou umas quarenta léguas pelo sertão; carregou de pau-brasil e chegou a Lisboa em 18 de junho de 1504. Que fez o capitão-mor reduzido a três navios? Até onde chegou, que demora teve, se fundou ou não a fortaleza do contrato, ignora-se. Parece certo que um navio estava de volta em fins de 1504 ou princípio de 1505, e por ele se soube de tudo quanto passara e do procedimento do florentino. Por estas informações seria Américo Vespucio despedido do serviço português, com o qual já em setembro de 1502 se declarava descontente a Piera Rondinelli, porque o rei não lhe fizera as mercês que esperava; ou de Portugal saiu, insalutado hospite com receio de qualquer castigo: alguma coisa grave ocorreu entre 4 de setembro

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