O pau-brasil na história nacional

Nos capítulos seguintes procuramos ensaiar a história do pau-brasil no tempo do Império: ensaio e nada mais. O pau-brasil que figurou em títulos de realce nos Orçamentos da Monarquia e nos balanços do nosso Tesouro até o ano de 1875, desapareceu ao diante, confundido no monte das outras madeiras que exportavamos. "Os direitos do pau-brasil são cobrados na razão das outras madeiras", escreveu o Visconde do Rio Branco, então Ministro da Fazenda, no seu Relatório de 1875. Passara de preciosa essência a simples madeira de construção civil: outras, antes e depois, se lhe avantajavam para este mister. Estiolou-se economicamente por força de uma das mais grandiosas descobertas do século XIX — a das cores artificiais.

Em 1826 Unverdorben descobre nos produtos de destilação do anil a substância que Fritsche chamou mais tarde anilina, matéria prima principal da indústria dos corantes artificiais, indústria esta que data de 1856. Pelas vantagens que tais corantes apresentaram de logo — "constância dos resultados, grande frescura nos tons e considerável economia", foram sendo postos à margem os corantes provenientes dos reinos vegetal e animal, entre os quais estava a nossa brasilina.

Bernardo Pereira de Vasconcellos, Ministro da Fazenda em 1832, escreveu, no "Relatório" que apresentou nesse ano à "Assembleia Geral Legislativa",

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