Recebia das suas aulas de matemática uma remuneração exígua, mas que ajudava um pouco as despesas do seu próprio curso. Os pais trabalhavam, como bons cearenses, e Marcolino, já o sabemos, só visava um objetivo: educar o filho. Quanto a D. Eugênia, veremos em breve o seu heroísmo de mãe.

Tinha agora Raimundo 18 anos. Concluíra os preparatórios necessários para a matrícula em cursos superiores. O sonho de seus dedicados pais, o seu próprio sonho de estudante paupérrimo, ia-se converter em realidade. Mudou-se toda a família para Pernambuco e em princípios de 1881 Raimundo de Farias Brito se matriculava na tradicional Faculdade de Direito do Recife. Estavam já muito longe, no tempo e no espaço, e sobretudo na distância vencida pelo esforço moral, os dias obscuros de São Benedito e de Alagoinha.