Logo após Coelho Neto permitiu a cópia das que possuía, apensas aos livros de Euclides.
E estas cartas são assim uma espécie de autobiografia indireta. Há muito episódio, muita data, muita controvérsia de sua biografia que se esclarece por estes documentos únicos.
E são também uma vista de muitos aspectos da história brasileira, de que foi parte ou contemporâneo e de figuras com quem conviveu ou que pôde apreciar.
Estas cartas, acrescidas sempre das achegas e dos comentários esclarecedores, indispensáveis, constituem patrimônio inalienável da cultura, da inteligência e do sentimento brasileiros. E são também relíquias. Nelas se pode colher o mel delicioso de sentimentos delicadíssimos. Foi nestas páginas, escritas à vontade, em intervalos curtos e apressados, sem calma ou lazer, que ele compôs aquele "evangelho das adorações para seu uso", a que se referiu Alberto Rangel.
Poder-se-á reunir, destas cartas, um relicário de pensamentos, um verdadeiro missal de sentenças, como os que fizeram os idólatras de Ruskin. A propósito dos recantos em que viveu é sempre cheia de ternura a sua palavra.
A Lúcio de Mendonça, em Teresópolis, diz: "Além disso ela (a carta) vem de uma terra sagrada para mim, esse alpestre Teresópolis onde passei os mais verdes anos e me criei; de sorte que a adorável