A glória de Euclides da Cunha

A fonte mais copiosa da inspiração para a poesia tem sido o amor, em todas as formas, origem que é da maioria dos prazeres da vida e de suas maiores tragédias. Depois os demais sentimentos, de piedade, admiração, entusiasmo, até às paixões.

A Euclides, e a análise de sua obra, especialmente em prosa, o revela de modo indiscutível, nada faltou pois para ser um grande poeta, a esse aspecto.

E foi assim que o considerou Afrânio Peixoto, no discurso da Academia:

"... de fato em Euclides da Cunha dominava o poeta. O geólogo que lera na terra as suas vicissitudes milenárias, o sociólogo que avaliara as componentes novas para traçar as ambições pessoais, o diplomata que discutia textos perplexos de tratados para acordar as vantagens de sua demonstração... o geógrafo, o historiador, o político... por amor da palavra sonora ou pela sedução de imagem brilhante... do estiramento do período em marcha desabalada e vitoriosa... de icto ou inibição de frase curta, estacando fulminada... ele os sacrificava todos, intimamente ao outro, o poeta, sempre presente, promovendo o espanto e o entusiasmo, no ritmo sacudido e atropelado das frases, que se desenvolviam em crescendo de explosões, ou se arrepelavam, de súbito, refreadas, num clamor de epopeia".

O comentário vinha do elogio que mandara a Euclides o Dr. John Branner, expresso num conceito

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