A glória de Euclides da Cunha

A sentença que pôs no Inferno Verde, de que Alberto Rangel era poeta rebelde demais para a disciplina do metro e da rima, se aplica, justalinearmente, a ele próprio, por igual.

E tanto foi assim que na fase mais febril de sua produção poética, encontra-se, a cada passo, o comentário em prosa, esclarecedor, na ineficiência da expressão em verso.

A incorporação da poesia de Euclides da Cunha à sua obra justifica-se, entretanto, como complemento para a exegese literária ou culto de devoção, impedindo que se percam páginas que lhe receberam a confissão de sentimentos íntimos. A sua paixão pela poesia é contemporânea da adolescência, especialmente nos últimos anos do curso de preparatórios, e prolonga-se pelos dias da Escola Militar, e à medida que a vida lhe corre áspera e rude, vai escasseando, em maneira acidental, cada vez menos pessoal, enquanto a prosa tomava a forma definitiva e genial e a intimidade do seu lar lhe negava carinho inspirador ou permissor.

A preocupação pela poesia nos seus anos de moço já tem sido, por mais de uma vez, acentuada. Nas Memórias, em que Alberto Rangel recolhe as lembranças de uma vida digníssima, exemplar no trabalho e no sacrifício aos mais nobres sentimentos, há o encontro entre os dois espíritos irmãos, na grandeza e na glória. Interpela Euclides, no

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