A glória de Euclides da Cunha

ímpeto de simpatia, que os havia de ligar para sempre: "Calouro, V. faz versos".

Nenhuma forma mais carinhosa naquela época lhe jorraria do coração ao colega novato, senão a dessa identidade de preocupação e interesses.

A eclosão poética surgiu no período em que, com alguns companheiros do Colégio Aquino, fundou o "Democrata", pequenino periódico mensal, onde aparece o seu primeiro verso.

No volume "Ondas", muito antes do livro de Murat, se encontra a maior produção poética de Euclides. É um pequeno caderno de capa de couro, onde se contêm 84 poesias, e as datas permitem acompanhar, quase dia a dia, como em filme, as suas preocupações, as suas mágoas, as suas angústias, os seus entusiasmos.

Desse repositório retirou ele quase todos os versos que publicou, modificando-os sempre, na Revista da Família Acadêmica de 1887, da Escola da Praia Vermelha. Mais tarde dá, aqui e ali, versos seus, de forma mais perfeita, porém menos pessoais, divulgados em jornais e revistas, como a do Grêmio, a Revista Brasileira e a da Academia, e especialmente o formoso ensaio de Félix Pacheco sobre "os dois egressos da farda".

As poesias das Ondas datam de 1883 e vão até janeiro de 1886, aos 20 anos.

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