Como um raio a vibrar no seio de uma aurora...
Que lime-se num verso uma cadência má
Que p\'los dedos se conte as sílabas — vá lá!
Mas que um tipão qualquer — como muitos que eu vejo —
Espiche, estique e encolha a tal\'hora e sem pejo
Um desgraçado verso e após tanto o medir
Torcer, brunir, sovar, limar, polir, polir,
No-lo venha trazer às pobres das ovelhas
Como um casto bijou, feito de sons e luz,
Isto revolta e amola...
Mas, veja ao que conduz
O vago rabiscar de uma pena sem norte
Falava-te de Deus, de mim, da estranha sorte
Que aniila a poesia — e acabo num jogral
Num lorpa, num boçal
Que nos recebe — a pés — e faz do amor uma arte
Deixemo-lo de parte...
3º
Escuta-me, eu teria um imenso prazer
Se, podendo domar, curvar, forçar, vencer
O cer\'bro e o coração fosse este último canto
O fim de meu sonhar, de meu cantar, porquanto...
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Eis algumas das notas em prosa, apostas às Ondas:
TIRADENTES — Escrevi esta poesia (?) n\'um momento de febre extraordinária; não o pude cingir à rima — era célere demais a minha inspiração então —, tracei-a ao acaso, repentinamente no primeiro papel que encontrei — e por um encontro extraordinário, concluí-a sobre uma poesia dos Voos Icários — poesia calorosamente
[link=28590]Fotografia: Comissão do Alto Purus[link]