RIMAS
Ontem — quando soberba escarnecias
Dessa minha paixão — louca — suprema
E no teu lábio essa rósea algema
A minha vida — gélida — prendias...
Eu meditava em loucas utopias
Tentava resolver grave problema...
— Como engastar tua alma num poema?
E eu não chorava quando tu te rias...
Hoje que vives dessa amor ansioso
E és minha — és minha, extraordinária sorte
Hoje eu sou triste sendo tão ditoso! ...
E tremo e choro — pressentindo — forte
Vibrar — dentro em meu peito, fervoroso
Esse excesso de vida — que é a morte...
A RIR
Eu já não creio mais... sombrio e calmo enfrento,
— O lábio ermo da prece, o peito ermo da crença
— A estrela — rubra e imensa
Do meu destino atroz, aspérrimo e sangrento!...
E embora sobre mim flamivoma suspensa
Em minha alma os clarões fatais ela concentre,
Eu suporto-lhe bem o flamejante baque
— Altivamente clamo — entrincheirando-me entre
Uma canção de Byron
E um cálice de cognac...
— Não há dor que resista ao som de uma risada! —
Depois, se me exacerbo
E treino e choro erguendo a prece à alma magoada,