Penso na treva e nos brilhos
Das noites cheias de estrelas...
Penso em cousas singulares,
Indagando entre delírios:
Por que é que os céus inda brilham?
Por que não se apaga Sírius?
Provavelmente do período em que esteve afastado da Escola Militar, antes do evento da República, estes versos humorísticos, aliás raros na sua produção:
LIRISMO À DISPARADA
Eu sou por certo um ente abominável,
A quem nenhuma penitência salva.
Não tiro o meu chapéu à Divindade...
"E dizem que perdi a Estrela d'Alva..."
E tão viciado que ainda hoje, à noite,
Um pelotão de serafins risonhos,
Em pleno boulevard da Via Láctea,
Prendeu-me porque eu estava ébrio... de sonhos!
Escândalo no céu! Os santos todos,
Perdendo as composturas consagradas,
Atiravam-me estrelas, como pedras,
E riam-se a bandeiras despregadas.
Um desacato escandaloso... e como
O Supremo Fiscal, nessa emergência,
Não conteve os seráficos garotos,
Denunciei à polícia a Providência.