A glória de Euclides da Cunha

E sois ainda todos os enganos

E toda a luz, e toda a mocidade

Desta velhice trágica aos vinte anos...


Ou este outro, de 1890, já reintegrado no Exército:

D. QUIXOTE

Assim à aldeia volta o da "triste figura"

Ao tardo caminhar do Rocinante lento:

No arcaboiço dobrado — um grande desalento,

No entristecido olhar — uns laivos de loucura...

Sonhos, a glória, o amor, a alcantilada altura

Do Ideal e da Fé, tudo isto num momento

A rolar, a rolar num desmoronamento,

Entre os risos boçais do Bacharel e o Cura...

Mas, certo, ó D. Quixote, ainda foi clemente

Contigo a sorte, ao pôr nesse teu cérebro oco

O brilho da Ilusão do espírito doente;

Porque há cousa pior: é o ir-se a pouco e pouco

Perdendo qual perdeste um ideal ardente

E ardentes ilusões — e não se ficar louco!


Três poemas, mais longos e mais cuidados, um em fragmento, cuja data não foi possível fixar-se:

"OS HOLANDESES"

Calabar: — só. Queda-se pensativo. Surge de um recanto do forte Pr. Manoel Salvador.

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