É o túmulo de uma alma! Aqui dentro há mais frio,
Mais sombra e mais horror do que nas solidões
Dos cemitérios... Houve: Há fundas aflições
De uma agonia atroz, no ser entregue ao duro
Martírio de arrastar este farrapo escuro.
Sabes tu por acaso avaliar o pavor
De alguém que arrasta em vida o próprio tum'lo, e a dor
De quem cego da vida às galas soberanas
É um morto a vagar entre as paixões humanas,
Trágico é só perinde ac cadáver, só
Feito uma sombras vã e desprezível? Oh!
Se podes calcular a espantosa tristeza
Do alguém em frente ao qual, imota a natureza
Não tenha voz, nem luz... Se podes idear
Sequer a ânsia de alguma destinado a escutar,
— Monótona a bater, a bater agoureira,
A mesma hora a bater durante a vida inteira!
Se podes avaliar tão mísero viver
E sofrimentos teus, deves compreender
Que eu não sei rir sequer, que eu não gracejo nunca!
CÉSARES E CZARES
Os césares cruéis,
Quando deixam da história a cena giganteia,
Conservam geralmente a linha dos atores,
Que embora tenham tido espantosos papéis,
Nos quais dura se alteia
A desgraça espalhando angústias e terrores,
Querem que os acompanhe o aplauso da plateia...
Mário penetra em Roma
Pela sétima vez erguido ao consulado.
Na alma robusta o herói traz sinistros desejos
De vingança, fatais anelos que não doma...
Sombrio, alucinado,