É apenas de lamentar que Costa Rego, sem exame cauteloso das peças do processo, empreste de alguma sorte o seu prestígio a essa tentativa impatriótica de demolição de um dos maiores valores intelectuais e morais do Brasil.
Certo que o homem e a sua obra devem merecer crítica e análise, porque não são intangíveis, mas só pode ser feita mediante documentação insuspeitável.
Não bastou a revisão honesta e lúcida de Elói Pontes, de cujo livro fundamentado e probo a figura de Euclides só sai engrandecida, quer a do homem, quer a do escritor.
Todo o material examinado pelo crítico, desabusado e independente, depõe clangorosamente contra tais invectivas.
Felizmente que, pela mesma ocasião, aparecem dois outros depoimentos do maior valor. Plínio Barreto, com a autoridade do seu nome e a do jornal prestigioso em que escreveu, assim concluiu uma de suas críticas: "se o escritor foi dos maiores que o Brasil ainda possuiu, o homem foi, pela conformação moral, pela elevação do pensamento, pela inflexibilidade do caráter, pelo culto da amizade, pela riqueza afetiva, um dos que mais enobreceram a natureza humana.
Tudo nele, na ordem moral e espiritual, foi imenso. Até o infortúnio".