A glória de Euclides da Cunha

Virgem e do Colono devassador, criatura grosseira, insubmissa, turbulenta, e, entretanto, capaz de esforço disciplinado e proveitoso, para a prosperidade e para a razão educada, que felizmente lhe vêm chegando. O quadro da terra grossa e das gentes grosseiras cercam as figuras do drama: são os pampas e as cordilheiras, o rastreador, o vaqueano, o gaúcho, o caudilho. A insubordinação, a revolução, a guerra civil, o despotismo rodeiam e dão perspectiva sinistra à figura trágica de Facundo Quiroga, seus asseclas e inimigos, "heróis e bandidos" de mais negregada aspecto que têm conhecido os anais da humanidade".

Mais tarde, em análise percuciente e insofismável, o lúcido crítico sul-rio-grandense, João Pinto da Silva, elucidou de modo definitivo a questão.

Depois de perguntar se se justifica a coincidência de intuitos e aspirações, diz textualmente o brilhante autor da História literária do Rio Grande do Sul:

"Só por paradoxo poder-se-á responder afirmativamente, tão grande é a diversidade de cenários, de ambiente físico e histórico; tão diferentes são, nos seus métodos os escritores; tão dissemelhantes em tudo, os personagens, os objetivos que eles interpretam, ou encarnam, os fenômenos sociais, em suma, de que se tornaram resultantes ou órgãos".

Mostra a seguir que Facundo, segundo o classificam todos os críticos argentinos, é panfleto político,

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