e não obra serena de justiça, escrito do exílio, contra a tirania que dominava em Buenos Aires.
Ao contrário, Os Sertões não foram inspirados por qualquer desejo de vingança ou hostilidade política.
"É eloquente, mas não injusto" e acrescenta: "N'Os Sertões o ardor patriótico, invariavelmente, revela-se sem mescla, acima das preocupações individuais ou de grupo, impessoal nas suas sugestões ou conclusões". E conclui com acerto: "Sob esse aspecto, são pois, antípodas os dois grandes livros".
Continua a análise mostrando que não é menor a diferença entre as duas obras do ponto de vista sociológico.
Concede apenas como elemento de contato o ponto de vista estético.
"É que Sarmiento e Euclides apresentam realmente no estilo muito de dramático e empolgante nas suas metáforas inesperadas e nas suas imagens por assim dizer fotogênicas. Um e outro descobriram, para as letras, nos respectivos países, horizontes novos, possibilidades, com o aproveitamento de motivos e aspectos caraterísticos, peculiares ao meio físico e ao ambiente moral".
E, como concluindo: "Como obra de arte, aí, sim, acusam ambos, superiormente, analogias fraternas".
Bastaria essa demonstração, clara e convincente, para protestar quanto à insinuação de imitação