A glória de Euclides da Cunha

Ninguém sabia quem fosse! Ninguém podia recordar-se de tê-lo visto, jamais bebendo na Confeitaria do Pascoal. Surpresa singular..."

Passada esta primeira impressão de surpresa, à evocação de Os Sertões, como pontos determinantes ao traçado de uma curva, foram acudindo à memória esquecediça dos contemporâneos os episódios notáveis e singulares que faziam logicamente, naturalmente dono de tal obra tal homem: a correspondência da campanha de Canudos, para o Estado de São Paulo, em setembro de 1897, o protesto corajoso e solitário das cartas à Gazeta de Notícias, em fevereiro de 1894, a rebeldia, consciente e isolada, em novembro de 1888.

Estes eram episódios maiores inserindo-se entre outros muitos, diários, todos permitindo a previsão d'Os Sertões.

E pouco a pouco foi-se fixando em linhas precisas, inconfundíveis, a figura moral de Euclides da Cunha, e a sua vida reconstituindo-se passo a passo.

Nascido a 20 de janeiro de 1866 em Santa Rita do Rio Negro, na Fazenda da Saudade, a 18km de Cantagalo, era filho de Manuel Rodrigues Pimenta da Cunha e D. Eudóxia Moreira da Cunha.

Seu pai, natural da Bahia, era homem enérgico e de boa cultura e, embora dedicando-se ao comércio, fazia versos.

Escragnolle Dória, com o carinho piedoso e probo que põe na pesquisa histórica e biográfica, na

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