força de hábito, foi obrigado a conservar na superfície todos os seus sentidos; na tolerância que lhe veio do regime comunal das "gens" primevas; na tendência impulsiva de socorrer, agradar, tornar-se útil, porque na solidão dos grandes rios a necessidade dos auxílios recíprocos é premente a cada instante.
Enquanto os regimes de criação, plantação e industrialização mecânica transformam outras regiões brasileiras, a Amazônia continua como o tabu econômico do Brasil: ainda roda os seus carros principais de produção com as rodas seculares da economia florestal extrativa. Se na sua balança comercial aparecem o algodão, o açúcar, o guaraná, a laranja, a banana e os cereais, isto mostra apenas o empenho das margens dos grandes rios e dos subúrbios das cidades comerciais em se libertarem da floresta para uma aproximação mais veloz das vantagens da civilização industrial. Mas os gênios florestais continuam vencendo.
Pois bem, o Acre é um prolongamento da Amazônia, com todas as peculiaridades desta. O seu destino econômico é o mesmo. Mas a sua história é recente e não deixa de ser interessante fixar que tipo de homem está surgindo no Acre, quais as possibilidades do seu "caráter" e como poderá comportar-se socialmente no futuro.
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Que é o homem do Acre? É ainda o nordestino? Quais as reações desse homem ao regredir para a economia florestal?
O interesse da grande obra de Craveiro Costa está em oferecer-nos importantes subsídios para