A conquista do deserto ocidental: subsídios para a história do território do Acre

mais larga e consolidar o patriarcado. Porque então começam as maiores guerras, aquelas que visavam o domínio das terras consideradas mais férteis. Deve ser neste instante que as tribos aceitam a primeira divindade legisladora: Jurupari. Entre os nuaraks e os neengaíbas que já haviam atingido o estado de barbárie e portanto já eram povos superiores a quaisquer outros do Brasil selvagem, entre estas nações oleiras da Ilha de Joanes, antes Reino de Marinantabalo e hoje Marajó; Jurupari dominou intensamente e a sua legislação, com todo o fastígio de seu ritual, ainda hoje se exercita solenemente entre as tribos Uapês, Rio Negro a dentro.

Mas Jurupari é um êmulo de Javeh judeu. Porque seus olhos estão voltados para a glória dos chefes, dos guias, dos feiticeiros que são os sacerdotes das tribos.

Mas a sua principal objurgatória é contra o patriarcado. Proibe logo as mulheres de interferirem nos negócios importantes da tribo. Tira-lhes todo o poder antigo e as reduz a simples escravas do homem.

Quando diz à mulher: "Sê virgem até a puberdade", está dizendo: "Sê virgem até o casamento". Golpeia, desse modo a poliandria. Cada mulher a seu homem. E como o homem há que dever fidelidade à mulher, Jurupari estabelece, de um só golpe, a queda poliândrica e poligâmica. A monogamia passa a ser a pedra angular do patriarcado, ainda que fazendo concessões aos "principais", únicos senhores com direitos poligâmicos.

Admite que os poderosos possam ter várias mulheres. E diz: "Sê forte para seres poderoso e

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