da colônia; e as concessões que lhe foram outorgadas "colocaram-na acima das leis do país, tornando-a uma instituição soberana, em conflito com a própria soberania do Estado". (168) Nota do Autor No espírito com que foram criadas, correspondiam — em matéria de liberdade, de poder, de privilégio — ao que foram as donatárias e as grandes propriedades rurais: serviam de apoio ao esforço colonizador e expansionista.
Agora a supressão das manufaturas do Brasil. Nenhuma medida para suscitar maior tempestade de ataques à metrópole portuguesa. No entanto, nenhuma que postule mais do que esta a obrigação de se levar em conta o que chamamos as razões portuguesas da colonização. As portuguesas e mesmo, de certo modo, também as brasileiras. Continuamos a pensar que se pode perfeitamente escrever a história do Brasil, sem fazer dela um panfleto contra Portugal; mesmo neste ingrato episódio da supressão destes nossos ensaios de indústria, que eram as fábricas de tecidos desmontadas pela metrópole. Aqui é preciso raciocinar. Victor Vianna, que foi um dos mais belos espíritos deste país, chamava-nos sempre a atenção para as ideias do tempo cujos acontecimentos tínhamos o intuito de estudar. E num livro comemorativo do 1º Centenário da nossa Independência — Histórico da formação econômica do Brasil — livro editado pelo Ministério da Fazenda — insurge-se com rara coragem contra esses historiadores, no seu eufemismo, de "olhos distraídos", os quase — dizemos nós — sob o pretexto de independência, o que fazem é atacar as instituições aqui introduzidas por Portugal, instituições de resto nada incompatíveis