da terra e da carestia do trabalho industrial, nas colônias, via antes vantagens (172)Nota do Autor e Victor Vianna — como vimos — motivos de progresso.
Essas as condições que permitiram a formação da riqueza colonial. Condições que passam em geral despercebidas, como despercebidos passam a água que bebemos, o ar que respiramos, a paisagem, o meio geográfico e cultural, em que vivemos. Elementos de cuja importância só temos consciência, quando deles nos vemos privados, por força das legislações que os ignoram ou violentam.
A grande maioria dos sociólogos — desatentos ao fator ideias ou ao fator instituições, quando estudam os fenômenos ligados à nossa formação — dão talvez demasiada importância às indústrias aqui exploradas (o açúcar, o tabaco, o algodão, as minas) como fatores determinantes do sucesso da obra colonizadora. De fato, tais produtos constituíram a base econômica daquele sucesso, base sem a qual a vida da colônia não teria mesmo objeto. Mas neste estudo, focalizamos os fatores morais e políticos que constituíam a máquina da administração portuguesa: fatores que prepararam as condições de ordem material que possibilitaram a colonização e tornaram a exploração daqueles produtos, de tão grande procura europeia, uma empresa viável e rendosa. Porque não esqueçamos: antes de quaisquer outros estão os fatores políticos. Politique d'abord.
Quem se abalançaria a vender suas quintas e seus solares, a empreender a viagem aventurosa do Brasil,