Capitais e grandeza nacional

A primeira impressão que se tem, do esforço colonizador, à vista de certos documentos ou das conclusões de certos historiadores é, de fato, a duma história de fracassos. Fracasso da capitania de Santo Amaro; fracasso da de Itamaracá, valhacouto de bandidos e contrabandistas; fracasso da de São Thomé, assolados, pelo gentio, os seus estabelecimentos, arruinado o seu donatário; da do Espírito Santo, que teve também dois dos seus governadores mortos nas mãos do gentio; da de Porto Seguro, cujos habitantes, esquecendo a missão povoadora e desbravadora que os trouxe à terra de Santa Cruz, retornaram aos hábitos minhotos e deixaram-se ficar na praia pescando, o bom do Pedro do Campo Tourinho, apesar dos seus cabedais, impotente para conter a sua gente, ele mesmo, mais tarde metido a ferros e enviado para Lisboa! Fracasso da de Ilhéus, apesar dos seus brilhantes começos, também talada pela bugreria; da da Bahia da primeira fase, Francisco Pereira Coutinho fugido do seu feudo, acossado pelo Tupinambá; da de Paraíba; das de Rio Grande do Norte, Pará, Maranhão, Ceará, Piauí. Delas todas, só Nova Lusitânia e São Vicente resistiram às investidas dos bugres e só a Nova Lusitânia realmente prosperou, pois São Vicente apesar do grande esforço inicial, desenvolvido por Martim Affonso, e da assistência direta da Coroa — mostrou-se tão avara, do ponto de vista econômico, que Martim Affonso, solicitado pelo Conde de Castanheira, para a concessão de sesmarias, prontificou-se a outorgar toda a capitania. "Leve toda", deve ter dito. (175) Nota do Autor

Capitais e grandeza nacional - Página 168 - Thumb Visualização
Formato
Texto