A que atribuir esse atraso? À falta de indústria? Não, pois já em 1534 São Vicente e Piratininga possuíam seis engenhos. À ausência dum chefe? também não, porque os seus administradores Antonio Oliveira, Braz Cubas revelaram-se atilados homens de governo, e Pernambuco, apesar da ausência de Duarte Coelho, continuou no seu progresso. Voltamos ao ponto de vista admitido em capítulo atrás: esse atraso seria devido ao sistema territorial dominante nessa fase da história da capitania: sistema de sitiecos e fazendolas. (176) Nota do Autor. O latifúndio que seria um elemento de expansão — só surgiu de fato dois e sobretudo três séculos depois com a lavoura do café. (177) Nota do Autor
Nem se limitou, segundo alguns estudiosos, esse suposto insucesso à época das donatárias. O Sr. Lemos Brito parece atribuí-lo a todo o período colonial: "lento" chama ele ao desenvolvimento econômico do Brasil em toda essa fase da nossa evolução. Outro historiador — o Sr. Contreiras Rodrigues — depois de estudar os índices da riqueza do século XVI, através dos testamentos paulistas dessa época, é antes pessimista que otimista a respeito do desenvolvimento da fortuna pública e privada na primeira centúria da colonização. Pergunta ele: "Se a economia em geral não pode ser apreciada senão cinquenta anos depois de descoberto o Brasil, que dizer do capital especialmente, isto é, do fator econômico que deriva de fatores preexistentes e que represente uma economia acumulada? Somente dois séculos