é que se pode aplicar a denominação de capital às reservas da economia colonial. O ouro nos deu o brilho, o lampejo, a fascinação, a sensação visual e tátil da riqueza: mas a melhor sensação — a da abastança pessoal, a da fortuna solidamente plantada, a da prosperidade do país — foi dada pelo esforço agrícola, pela economia açucareira, pelo tabaco, pelo algodão que datam de antes dos "descobertos"; logo dos primeiros ensaios da colonização. Já observou Oliveira Lima: "A agricultura fez a fortuna do Brasil antes que as minas dessem brilho à sua fama".(195)Nota do Autor

Sinais de enriquecimento, graças à atividade agrícola, podem ser anotados desde a segunda metade do século XVI, quando repelido o ameraba, estabelecidas a segurança e a ordem, realizado o primeiro esforço de ordenação "política" — digamos assim — (196) Nota do Autor puderam os colonos ampliar as primeiras instalações, e lançar as bases da cultura que constituía o elemento construtivo por excelência, não só da economia, como da sociedade e até da política brasileira na colônia e no império: o açúcar. (197)Nota do Autor E a mesma observação seja mais uma vez repetida: esse enriquecimento é tão rápido, aparece tão de chofre, que se tem a impressão de que essa economia não conheceu o seu natural período de elaboração ou gestação: é um parque industrial, rudimentar mas completo e extenso, que surge de repente,