Viagem ao Rio Grande do Sul

Além desses intuitos não nos move outro interesse.

Traduzindo "Voyage à Rio Grande do Sul" tivemos sempre em mente a velha advertência italiana segundo a qual os tradutores nem sempre são fiéis aos autores.

No texto procuramos corrigir os vocábulos toponímicos, porquanto achamos não haver vantagem em mantê-los errados somente para aparentarmos fidelidade ao original.

Sabido que entre os méritos de um livro como este salienta-se o seu caráter didático, empenhamo-nos, na medida do possível, em emendar os nomes portugueses e indígenas. Para exemplificarmos lembraremos que no original (publicado após a morte do autor) está: Rincão da Bom do Monte em vez de Rincão da Boca do Monte. É visível tratar-se de erro de imprensa, talvez oriundo da caligrafia do autor, aliada ao desconhecimento de nossa língua por parte do tipógrafo francês.

"Voyage à Rio Grande do Sul" contém observações conceitos e vaticínios sobre o ambiente brasileiro, interessando não só aos gaúchos como a todos quantos se dedicam às questões sociais, econômicas, científicas, geográficas e históricas em o nosso País. Enumerar ou salientar tais impressões e observações seria roubar ao leitor o sabor de descobri-las a cada passo.

Sendo nosso principal desejo concorrer às comemorações farroupilhas deliberamos somente traduzir a parte do livro referente ao território sul-rio-grandense, saltando os sete capítulos alusivos ao território uruguaio, a fim de que este nosso trabalho tenha cunho absolutamente condicionado à finalidade com que foi levado a efeito.

Dando à publicidade esta tradução esperamos, quando nada, ter contribuído para a reedição de um jornal de viagem, tão interessante, quão raro.

O TRADUTOR.