Cartas do Brasil

esta lesara os seus interesses. Mas não fizeram mais do que "não fazer nada"...

Tudo auxiliou os chefes do movimento. Tiveram todas as ditas. Devem ter ficado eles próprios espantados de arrombar tão facilmente uma porta que acreditavam fechada. De dez pessoas a que se pergunte como a grande mudança se operou, dez ou quase dez são levadas a crer que isso se fez espontaneamente... Ninguém o compreendeu ainda e talvez jamais o compreenda. Em todo o caso, os membros do novo governo devem esforçar-se sinceramente por destruir essa ideia, perigosa, e que não pode deixar de germinar nos espíritos do país, de quão pouco se faz necessário para tomar o poder.

Não tive ainda tempo de estudar de perto todos os atos do governo desde o início de sua entrada em função. Tanto quanto me é permitido julgar, o primeiro mês foi de tranquilidade. Os membros do governo encheram as colunas do Diário Oficial com uma respeitável série de decretos. Empreenderam remodelar a legislação, refundir as às instituições. Encontram-se em posição delicada, pois na qualidade de governo provisório detém o poder por delegação de si próprios e, permitam-me acrescentá-lo, infelizmente também do exército e da marinha, como se comprazem em lembrá-lo amiúde

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