I
ESBOÇO GENEALÓGICO
O espírito aventureiro do navegador português residia em André de Oliveira Raio, homem de boa têmpera que, nos primeiros lustros do século XVIII, deixou as águas do Porto e rumou para o Brasil.
O encanto do desconhecido, a fascinação de uma terra ignota, onde as montanhas de duro metal impavam para um céu rico de constelações diferentes, os seios túrgidos fizeram-no, romanescamente, tentar no Brasil a vida nova. E, de coração a um tempo palpitante de saudade pela pátria que deixava e pelo sonho de vir malhar na bigorna de seu ofício o metal de natureza virgem e rude, vogou por esses mares bravos e desconhecidos e, aportado à terra, rendeu graças ao Deus Todo-poderoso, que o trouxera a salvo, subindo, após, rumo às Minas Gerais, a montanha, para radicar-se nestas paragens, aqui viver, amar e morrer, preso à terra nova pelo amor e pelo filho que aqui ficava, não como bom obreiro de serralharia, mas como rematado mestre de obras.
André de Oliveira Raio, que em Portugal se casara com D. Antônia da Costa Oliveira e que aportara ao Brasil com intenção de ficar, é o mais distanciado varão de que se tem notícia nesta gênese, e que entre os filhos contava o de nome José da Costa de Oliveira, como o pai, temente a Deus e membro da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Matriz de N. S. da Conceição do Campo Alegre dos Carijós, em que ambos, pelas suas virtudes e conceitos, desfrutavam do apreço e do respeito de quantos os conheciam. Homens de fé radicada, nunca estiveram alheios às causas do culto e sentiram que, com o crescer do povoado, era necessário que se cuidasse de