LAFAYETTE RODRIGUES PEREIRA
"O Lafayette nasceu em 28 de março de 1834", diz o livro de apontamentos de família, escriturado do próprio punho do pai, Antônio Rodrigues Pereira, agraciado, mais tarde, com o título de Barão de Pouso Alegre.
Já ao primeiro rebento, varão, também, dera o pai o nome de Washington, em homenagem ao grande republicano da América do Norte.
Os dois anos, três meses e dias que medeiam entre o nascimento de Washington e o de Lafayette em nada modificaram os pendores patrióticos do pai, que, batizando os filhos com os nomes de vultos célebres, já por esse tempo sonhava dar ao Brasil homens que pudessem servir à causa nacional com a mesma fé cívica de seus homônimos.
Foi assim que, ao findar o ano de 1834, o casarão da fazenda dos Macacos, no distrito de Santo Amaro, hoje Queluzito, da freguesia de Nossa Senhora da Conceição, hoje cidade de Conselheiro Lafayette, ouviu os primeiros vagidos do garoto que mais tarde havia de fazer-se notar e respeitar como publicista de mérito, como mestre de ciências jurídicas, como crítico do mais fino quilate e como político de princípios sólidos e elevados a chefiar o governo numa das épocas mais tumultuosas do segundo reinado.
Sua primeira infância, passou-a Lafayette em companhia dos pais, e, por esse tempo, D. Clara Ferreira de Azevedo, ao lado dos desvelos de mãe amantíssima, procurou ministrar-lhes, a ele e ao irmão mais velho, Washington, a formação moral que tiveram, e da qual fizeram ambos tão justo galardão pela vida inteira.
A figura do pai, enérgico e vibrante, havia de marcar-se fundamente no espírito dos filhos, mas em Lafayette, que lhe herdará, é certo, a tenacidade e o destemor, ficou muito da suave brandura de D. Clara, traço que lhe emprestou por vezes essa timidez paradoxal, que não raro o arrancava ao convívio dos homens para atirá-lo aos enlevos da imortalidade, nos versos