Quando foi da conspiração monarquista, em 1900, escreveu estas linhas Andrade Figueira, preso e submetido a processo: "Conspirar? Para que e contra quem? Sêneca dizia que é de estulto tentar contra a vida do moribundo. É querer alcançar pela violência o que a natureza, cedendo à necessidade de suas leis, vai, dentro em pouco, dar de graça. O animal está morrendo de inanição. Lembra, na frase do orador antigo, um burro a devorar a própria cauda."
Assegura-se, todavia, que Lafayette, não desmentindo a sua aversão à República, entrou em conspiração contra ela.
O brilhante jornalista das Cartas sem título(*) Nota do Prefaciador
dizia numa de suas crônicas: "Houve quem regulasse as fases de inquietação ou de tranquilidade política do país pelo paradeiro de Lafayette. Nos dias em que os boatos fervilhavam, os boateiros, para avigorarem as suas informações sinistras, cochichavam-nos com segurança: O Lafayette já foi para Minas. Toda vez que eu o via aqui no Rio, tinha uma doce sensação de paz e sossego."
A ser isto verdade, pode-se dizer que Lafayette aproveitou com a lição de 1870.
Conta-se que, em 1870, Quintino Bocaiúva remeteu a Emílio Castelar o Manifesto Republicano de 3 de dezembro. O grande tribuno respondeu com os votos mais fervorosos pelo êxito daquela propaganda política, prometendo auxiliá-la na pessoa de um cidadão espanhol, "muito entendido no mister de organizar partidos revolucionários".
Meses depois aqui apareceu, com efeito, o empreiteiro de revoluções, garantindo a subversão do regime imperial dentro de dous anos. Inquirido acerca dos seus planos, começou por dizer que a primeira cousa em que se deve pensar, quando se prepara uma revolução, é nos meios de fugir — en los medios de escape. Constituiu-se uma conjuração em sociedade secreta, a Sociedade do Sacrifício (assim chamada porque os arrependidos se obrigaram ao suicídio), criou-se um distintivo que