No pleito de 1° de dezembro de 1884 (gabinete Dantas, liberal, de 6 de junho) os liberais ainda dominaram, mas não muito — 67 a 53, com três republicanos. Os resultados não diferem muito: Minas, 12 liberais, sete conservadores, um republicano; São Paulo, dois liberais, cinco conservadores e dois republicanos. O resto não apresenta modificações sérias.
No dia 15 de janeiro de 1886, com os conservadores no poder, no gabinete escravocrata de Cotegipe, os resultados foram outros: 103 conservadores e 22 liberais. Os "luzias" foram riscados do mapa, o que não impediu que fosse essa a Câmara que faria a Lei Áurea. Nas grandes províncias, só apareceu um liberal em Pernambuco, distrito do Recife, dois em São Paulo, um no Rio Grande do Sul (os "maragatos" com seus rubros lenços de seda ficaram de fora) e, em Minas, nove conservadores e 11 liberais. Não somente se conservou a proporção, como os liberais ganharam em Minas, apesar da ação violenta de Cotegipe, a que não resistiram nem os bravos gaúchos de Silveira Martins. Metade da bancada liberal na câmara final do Império era mineira... Um dado elucidativo — nas eleições suplementares, para preenchimento de vagas (na Lei Saraiva não havia suplentes), os conservadores fizeram nove deputados, os liberais 14, e os republicanos dois, ambos mineiros.
Estes dados quantitativos confirmam os dados qualitativos — a presença de um espírito de rebeldia liberal em Minas, visível na atuação de Vasconcelos no primeiro reinado, na de José Bento, Ottoni e José Custódio na fase regencial, na revolta de Santa Luzia, que ficaria famosa e que, certamente, mostrou ao juvenil D. Pedro II que deveria manter-se acima dos partidos e que convinha sempre ouvir uns e outros. Há detalhes simbólicos: um dos revolucionários de 1842, o padre Manuel Rodrigues da Costa, tomara parte na Inconfidência Mineira. E as famílias liberais, quando iam a Ouro Preto, faziam questão de visitar uma velhinha que recordava um grande amor tragicamente desfeito e um momento de heroísmo — D. Maria Joaquina Doroteia de Seixas, que entrou na história com o nome literário de Marília de Dirceu...
Outro aspecto da questão, que as presentes cartas revelam, constantemente, pode ser visto no fato, aparentemente