Todos os proprietários de fazendas nos Campos Gerais são criadores; cultivam a terra unicamente para atender às próprias necessidades e não exportam nenhum produto (1820), a despeito de a região ser favorável a todos os gêneros de cultura adequados ao clima. São suas principais produções o milho, o trigo, o arroz, o feijão, o fumo e o algodão (18) Nota do Autor.
O sistema agrícola geralmente seguido pelos habitantes da região é o de todo o país; como em Minas, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Goiás, derrubam a mata, queimam-na e semeiam nas cinzas. Observa-se, porém, que, na cultura do trigo, empregam a charrua e sabem preparar a terra convenientemente. Esse desvio de uma prática fundamentalmente destrutiva é feliz augúrio para a agricultura brasileira e esperamos que os habitantes dos Campos Gerais não restrinjam à cultura do trigo o uso da charrua e que o exemplo que venham a ter a glória de dar, seja imitado nas Províncias mais setentrionais do Império do Brasil.
Mas se deve dizer que existem poucos lugares em que o método deficientíssimo adotado pelos lavradores brasileiros possa ser aplicado sem inconvenientes, como acontece nos Campos Gerais. Favorecida em tantos sentidos pela natureza, goza essa região de enorme vantagem: as terras não se exaurem em poucos anos, como na Província de Minas, e se tal ocorre, é fácil torná-las novamente fecundas, deixando-as repousar por algum tempo.
É também em solo devastado pelo fogo que plantam o milho. Semeiam-no uma só vez nos terrenos em que a mata nunca fora derrubada; após a colheita, deixam a terra repousar durante quatro anos. Decorrido esse tempo, roçam e queimam as capoeiras que substituíram