Viagem ao Tapajós

em boa parte do seu percurso, campos - prados de qualidade boa ou medíocre, ai existentes como que para indicar a linha natural de penetração transcontinental ao baixo Xingu, à Bolívia e ao Chile.

Basta atentar sobre a carta, na posição destes campos: estão pouco mais ou menos no centro da América do Sul, a igual distância do Rio de Janeiro, de Belém e dos portos setentrionais do Chile - um pouco mais próximos de Belém, o que todavia representa para este porto uma circunstância de primeira ordem.

Sem proclamar o desejo duma \"Estrada de Ferro Pará-Chile\", é, entretanto, fácil de prognosticar que quando esta for realizada, atravessará necessariamente estes campos gerais do alto Tapajós, que são uma das mais belas posições estratégicas do interior do continente sul-americano.

Quem sabe se os últimos Mundurucus, que pouco a pouco se extinguem nestas áreas cada vez mais desertas, não viverão bastante para ver a passagem das primeiras locomotivas do \"Grande Central Ando-Paraense\"? E quando isto acontecer estes campos, que, graças à sua altitude, desfrutam dum clima excelente, não se tornarão preferidos pela emigração europeia? O Novo Mundo transforma-se rapidamente e está habituado a deslumbrar com suas bruscas metamorfoses os povos menos jovens do Velho Continente.

Enquanto espera seus destinos próximos ou distantes, o Tapajós apresenta desenvolvimento bastante modesto, posto que apreciável. A parte

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