inferior do seu curso, da embocadura à primeira cachoeira, não mostra quase progressos, porém este é sensível na parte encachoeirada. Particularidade devida, ao que parece, à diferença de climas. O Tapajós, para baixo das cachoeiras, é mais quente, mais úmido e mais febril que o Tapajós das cachoeiras. E, quanto mais se avança para as terras altas do interior, mais se encontra um clima agradável, temperado, sadio.
Apesar de não ser senão um longo vale úmido e quente, o Tapajós inferior comporta um pitoresco que sem dúvida não foi estranho ao estabelecimento do grande número de povoações que se sucedem sobre as suas margens.
Desde o princípio, a margem direita se alteia, exibindo uma série de colinas que continuam as de Santarém. A margem esquerda, primeiramente baixa, eleva-se a seguir, sensivelmente. E logo, até Itaituba, as duas margens oferecem, alternada ou simultaneamente, paisagens de verdadeira beleza, das quais uma das mais notáveis é a da montanha de Alter do Chão, tronco de cone meio desnudo que se alça bruscamente sobre a riba.
Destas povoações, que surgem e desaparecem após uma vida mais ou menos breve e mais ou menos feliz, a primeira, águas abaixo, é Boim, na margem esquerda, junto à ponta de São Tomé.
Boim existia já no século passado, sob o nome de Santo Inácio, como aldeia de índios catequizados pelos padres jesuítas. Em 1758 foi elevada à categoria de vila, sob a denominação atual de Boim. Em 1833, sua decadência era completa; deixou de ser vila. Em 1869, o lugar havia quase