porém pouco elevada; a cachoeira de saída do furo do Frechal, na margem esquerda; e três pequenos braços, entre ilhas: de baixo para cima, Periquito, Maracanã, Papagaio, que facultam, à escolha, ou antes, de acordo com a força das águas, evitar o Maranhão Grande. No inverno servem-se geralmente duma destas três passagens. Quanto ao furo de Frechal, dizem-me, contém mais numerosas e mais arriscadas cachoeiras que o grande braço do rio; ninguém poderia nele trafegar por água.
Pouco acima de Maranhão Grande fica Furnas. Furnas não existem em realidade senão nas grandes águas, quando perigosas, não só pela sua força, mas sobretudo pelos seus redemoinhos, que jogam violentamente as embarcações sobre os rochedos.
Em Furnas é que mora Boaventura da Silva, um dos passadores e salvadores mais acreditados das cachoeiras do baixo Tapajós. São numerosas as vítimas do Apuí, que Boaventura salvou. De quando em quando, ele ou seus homens ouvem gritos, apelos desesperados: é um náufrago. Boaventura corre para praticar mais uma boa ação.
Hoje, domingo 25 de agosto, a casa de Boaventura está em festa. Há teatro! É um dançarino de corda e seus palhaços, ambos cearenses, penso, que, em maillot, vestidos como verdadeiros artistas, dão uma representação. Receita: 32$000. Que negócio!... e que feliz e filosófica existência para os nossos desenganados do equilíbrio europeu!