Tratados da terra e gente do Brasil

nota; viu-a na biblioteca da Academia de História de Madri, e considerou-a autógrafa; mas de seu conteúdo nada disse. Por comissão de Cardim, como reitor do colégio da Bahia, escreveu o padre Luis Baralho de Araujo a carta, que datou daquele colégio no último de dezembro de 1621, dirigida ao geral Mucio Vitelleschi, sobre o estado da Companhia no Brasil durante o ano que findava; as notícias informam sobre os colégios e residências do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santos, Piratininga e Pernambuco. Foi publicada primeiro em italiano, nas Lettere annue d'Etiopia, Malabar, Brasil e Gôa, dall'anno 1620 al 1624 (Roma, 1627) e logo em francês, na Histoire de ce qui s'est passé en Ethiopie, Malabar, Brasil, et les Indes Orientales. — Tirée des lettres écrites 1620 et 1624, etc. (Paris, 1628).

Estavam ainda nas mãos de Cardim os cargos de reitor e vice-provincial, quando os holandeses tomaram a Bahia, em 9 de maio de 1624. "Nesta desgraça da Bahia — escreveu Antonio Vieira, na 'Annua' citada – era reitor, e por isso quebravam nele mais todas as ondas das adversidades, mas como rocha viva sempre se conservou em paz, esteve muito firme, e conforme com a vontade de Deus." O colégio foi transformado em armazém de vinhos, segundo o testemunho dos cronistas, e os mercadores tiveram permissão para nele se aboletar; os padres, expulsos, perseguidos, refugiaram-se na aldeia do Espírito Santo, depois Abrantes; 12 que chegavam, na ignorância dos sucessos, entre os quais o padre Antonio de Mattos, designado para substituir o provincial na administração da província, foram feitos prisioneiros e conduzidos para a Holanda, onde estiveram nos cárceres públicos de Amsterdã por mais de

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