Tratados da terra e gente do Brasil

vinho de Portugal, sem o qual se não sustenta bem a natureza por a terra ser desleixada e os mantimentos fracos; vestem e calçam como em Portugal; estão bem empregados em uma lição de teologia, outra de casos, um curso de artes, duas classes de humanidades, escola de ler e escrever; confessam e pregam em nossa igreja, sé, etc. Outros empregam-se na conversão dos índios, e todos procuram a perfeição com grande cuidado, e serve-se Nosso Senhor muito deste colégio, ao qual será honra e glória (XII).

Depois da renovação dos votos, quis o padre ver as aldeias dos índios brevemente para ter algumas notícias delas. Partimos para a aldeia do Espírito Santo (X1II), sete léguas da Bahia, com alguns 30 índios, que com seus arcos e flechas vieram para acompanhar o padre e revezados de dois em dois o levavam numa rede. Os mais companheiros íamos a cavalo, os tapyaras (XIV), sc. padres moradores iam a pé com suas abas na cinta, descalços como de ordinário costumam. Aquela noite nos agasalhou um homem rico (XV), honrado, devoto da Companhia, em uma sua fazenda, com todas as aves e caças e outras muitas iguarias, e ele mesmo servia à mesa. Ao dia seguinte dissemos missa antemanhã, a qual acabada já o almoço estava prestes de muitas e várias iguarias, que nos ajudaram passar aquele dia muitos rios caudais. Uns deles passaram os índios o padre na rede, pondo-o sobre as cabeças, porque lhes dava a água quase pelo pescoço, os mais passamos a cavalo com bem de trabalho. Passado este chegamos ao grande rio Joannes; este passamos em um jangada de paus levíssimos, o padre visitador

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