irmão Barnabé Tello. Eu fiquei uns quinze dias com o cuidado dos noviços em lugar do padre Tolosa, enquanto não vinha de uma missão o padre Vicente Gonçalves (XXXIX) que lhe havia de suceder.
Tivemos pelo natal um devoto presépio na povoação, aonde algumas vezes nos ajuntávamos com boa e devota música, e o irmão Barnabé nos alegrava com seu berimbau. Dia de Jesus, precedendo as confissões gerais, que quase todos fizeram com o padre visitadador, se renovaram os votos: pregou em nossa igreja o Sr. Bispo: tinha o padre visitador já neste tempo aviado de sua parte o padre Antonio Gomes de todos os papéis, cartas e avisos necessários para tratar em Roma e em Portugal, pelo que determinou visitar a segunda vez as aldeias dos índios mais devagar.
Aos 3 de janeiro partimos o padre visitador, padre provincial e outros padres e irmãos. Fomos aquela noite agasalhados em casa de um sacerdote devoto da Companhia, que depois entrou nela (XL). Fomos servidos de várias iguarias com todo bom serviço de porcelanas da Índia e prata, e o mesmo sacerdote servia a mesa com grande diligência e caridade. Todo o dia seguinte estivemos em sua casa, e à tarde nos levou a um rio caudal que estava perto, mui alegre e fresco, e para que a água, ainda que era fria e boa, não fizesse mal, mandou levar várias cousas doces tão bem feitas, que pareciam da Ilha da Madeira. Ao dia seguinte depois da missa nos acompanhou até a aldeia, e no caminho junto da cachoeira de outro formoso rio, nos deu uns jantar com o mesmo concerto e limpeza, acompanhado de várias iguarias de aves, e caças. Enquanto comemos os índios pescaram alguns peixes: eram tão destros nisto que em chegando a um