rio suados, logo se deitam a nadar e lavar, tiram das linhas, tomam peixes, fazem fogos e se põem a assar e comer; e tudo com tanta presteza, que é cousa de espanto. Também os flautistas nos alegraram, que ali vieram receber o padre. Junto da aldeia do Espírito Santo nos esperavam os padres que dela têm cuidado, debaixo de uma fresca ramada, que tinha uma fonte portátil, que por fazer calma, além da boa graça, refrescava o lugar. Debaixo da ramada se representou pelos índios um diálogo pastoril em língua brasílica, portuguesa e castelhana, e tem eles muita graça em falar línguas peregrinas, máxime a castelhana. Houve boa música de vozes, flautas, danças e dali em procissão fomos até a igreja, com várias invenções; e feita oração lhes deitou o padre visitador sua bênção, com que eles cuidam que ficam santificados, pelo muito que estimam uma benção do Abaré-guaçu (XLI).
Dia dos Reis (6 de janeiro de 84) renovaram os votos alguns irmãos. O padre visitador antes da missa revestido em capa de asperges de damasco branco, com diácono e subdiácono vestidos do mesmo damasco, batizou alguns 30 adultos. Em todo o tempo do batismo houve boa música e motetes, e de quando em quando se tocavam as flautas. Depois disse missa solene com diácono e subdiácono, oficiada em canto de órgão pelos índios, com suas flautas, cravo e descante; cantou na missa um mancebo estudante alguns salmos e motetes, com extraordinária devoção.
O padre na mesma missa casou alguns em lei da graça, precedendo na mesma missa os banhos; deu a comunhão a 180 índios e índias, dos quais 24, por ser a primeira vez, comungaram à