fora. Nela há de ordinário escola de ler, escrever e algarismos, duas classes de humanidades, leram-se já dois cursos de artes, em que se fizeram alguns mestres de casa e de fora e agora (1584) se acaba terceiro. Há lição ordinária de casos de consciência, e, às vezes, duas de teologia, donde saíram já alguns mancebos pregadores, de que o bispo se aproveita para a sua sé, e alguns curas para as freguesias. A este colégio estiveram subordinadas todas as casas das capitanias, até que houve outros colégios, e agora não são mais a ele subordinadas que as dos Ilhéus e Porto Seguro."
A dotação real era de três mil ducados de renda anual, "que seus oficiais pagam mui mal, pelo que o colégio está endividado" – lastima Anchieta, ibi, p. 36. A cal de ostra, como chama Cardim, era a extraída dos sambaquis; no Clima do Brasil, cap. XVIII, quando trata das ostras, alude a esses montes de cascas, de um só dos quais se "fez parte do colégio da Bahia, os paços do governador, e outros muitos edifícios, e ainda não é esgotado". – Veja Gabriel Soares, Tratado descriptivo do Brasil em 1587 (Rio de Janeiro, 1851, p. 355-356.
XIII – A aldeia do Espírito Santo era uma das três povoações cristãs que o colégio da Bahia por esse tempo tinha a seu cargo. Uma carta do padre Ruy Pereira aos da Companhia em Portugal, datada de 11 de setembro de 1560, que publicou Accioli – Memorias historicas e politicas da provincia da Bahia, tomo III (Bahia, 1836), p. 235-253, refere-se à igreja do Sancti Spiritus, que distava da Bahia até seis léguas pouco mais ou menos. Haveria dois anos que andavam padres nessa povoação, em que se ajuntaram sete aldeias com mil almas cristãs. Segundo Anchieta – Informações citadas, p. 38, acorde com Cardim, a aldeia ficava a sete léguas da Bahia; das outras duas, Santo Antonio distava oito e São João 14 léguas daquela cidade. As três deviam ter 2.500 pessoas, e dois ou quatro padres residindo em cada uma. Em Gabriel Soares – Tratado descriptivo citado, p. 50, há notícias dessas aldeias. Uma relação anônima, mas de procedência jesuítica, talvez da autoria do padre Luís da Fonseca, intitulada Trabalhos dos primeiros jesuitas do Brasil, publicada na Revista do Instituto