Tratados da terra e gente do Brasil

Historico, tomo 57, parte I (1894, p. 213/249), informa suficientemente sobre esse assunto.

A aldeia do Espírito Santo é hoje Abrantes.

XIV – Tapyara, tapeyára ou tapejára é vocábulo tupi composto de apé caminho, que recebe t genérico ou absoluto, e yára, do verbo yár tomar; o que toma, senhor, dono; sabedor do caminho, guia, vaqueano; useiro e veseiro, no Diccionario portuguez, e brasiliano (Lisboa, 1795).

XV – O homem rico, que agasalhou o visitador e sua comitiva, é possível fosse Sebastião Luis, que tinha na região uma fazenda. – Gabriel Soares – Tratado descriptivo citado, 51.

XVI – Cunumi é vocábulo tupi e significa menino. Em Anchieta – Arte de grammatica, reimpressão de Platzmann (Leipzig, 1876), fl. 9 v., vem cunumi menino; mas no Diccionario portuguez, e brasiliano citado está curumîm rapaz.

XVII – Anhangá, melhor anhánga é vocábulo tupi, que significa alma do mal: ai mal, ang alma, isto é diabo, demo, demônio. No Diccionario portuguez, e brasiliano tem a única acepção de fantasma. – Conf. Baptista Caetano – Indios do Brasil, verba anhang.

XVIII – Murubixaba, chefe da tribo, principal. No Tesoro de Montoya vem mburubichá que se compõe de " contiene e tubichá grande, el que contiene em si grandeza, Principe, Señor". — Conf. Baptista Caetano – Indios do Brasil, verba morubixaba.

XIX – Ereiupe é dicção tupi, que assim se decompõe: erê tu, júr do verbo ajú, vieste, e pe, partícula interrogativa: "Tu vieste?" Era a forma de saudação comum aos povos da família tupi, o salamaláh da raça, da comparação apropriada de Vernhagen. – Conf. Baptista Caetano – Indios do Brasil, verba.

XX – Ver nota XIII. Nesse passo, a informação de Cardim não combina com a de Anchieta, que faz distar a aldeia de São João 14 léguas da Bahia.

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