1560, confirmada por carta real de 6 de junho do ano seguinte. Desse donatário diz frei Vicente do Salvador – Historia do Brasil, citada, p. 100, "que nela meteu grande cabedal, com o que veio a ter oito engenhos, ainda que os feitores (como costumam fazer no Brasil) lhe davam em conta a despesa por receita, mandando-lhe mui pouco ou nem um açúcar. Pelo que ele escreveu a um florentino chamado Thomaz, que lhe pagava com cartas de muita eloquência: 'Thomazo, quiere que te diga, manda la asucre, deixa la parolle', e assinou sem escrever mais letra". Falecendo Lucas Giraldes, veio a capitania a ter às mãos de seu filho Francisco Giraldes, confirmado por carta de 10 de agosto de 1566.
Francisco Giraldes foi nomeado para suceder Manuel Telles Barreto no governo geral do Brasil, em 9 de março de 1588. Vindo assumir suas funções, a nau em que viajava andou à matroca durante 40 dias da Madeira para a costa da Guiné, sem conseguir transpor a linha, arribando afinal para as Antilhas sem tocar no continente. Depois de um ano e meio de navegação, voltou a Lisboa, em fins de setembro de 1589. O contratempo arrefeceu o ânimo do governador, que ao cabo desistiu do cargo.
Ainda neste passo, o que diz Cardim concorda com o que se lê em Anchieta – Informações citadas, p. 39, com a diferença de conterem estas mais minúcias.
XXVI – O administrador, a que Cardim se refere, é Bartholomeu Simões Pereira, que chegou ao Brasil nos últimos dias de 1577, com o governador Lourenço da Veiga. O papa Gregorio XIII, pelo breve Novi Orbis, de 19 de julho de 1576, desmembrou do bispado do Brasil o território do Rio de Janeiro e capitanias vizinhas, para nele criar uma prelazia com jurisdição ordinária e independente, ad-instar das de Ormuz, Moçambique, Sofala e Málaca. No breve se declarou expressamente que a nomeação do administrador competia a el-rei e devia caber à pessoa examinada e aprovada pelo tribunal da Mesa de Consciência e Ordens. Por carta de 11 de maio de 1577, D. Sebastião nomeou Bartholomeu Simões Pereira clérigo do hábito de São Pedro, bacharel formado, distinto por virtudes e letras,