Tratados da terra e gente do Brasil

trataram. Do destino dessa Vida não se sabe. Outras cartas suas estão publicadas; inéditas devem também existir algumas.

Ainda vivia na Bahia ao tempo em que Heitor Furtado de Mendoça lá esteve como visitador da Inquisição: em agosto de 1591 advertia ao Dr. Ambrosio Peixoto de Carvalho, desembargador e provedor-mor dos defuntos e ausentes, de certa heresia proferida em sua presença, que este se apressou em confessar à mesa do Santo Ofício – Primeira visitação citada, p. 54. – Em janeiro do ano seguinte, devia ter ouvido em confissão os pecados escabrosos de Marcos Barroso, passando recibo para a mesa ver. – Ibi., p. 153.

XXXVI – Luis da Fonseca nasceu cm Alvalade, vila do Alentejo, em 1550; entrou para a Companhia em 1569 e nesse mesmo ano foi enviado para o Brasil, aqui recebendo as quatro ordens, conforme narra Cardim no texto. Foi vice-reitor do colégio da Bahia durante o impedimento por ausência e enfermidade do padre Gregorio Serrão, e reitor quando este não pôde mais fazer seu ofício. Em 1589 era sócio ou secretário do provincial e em 1591 ou princípios de 1592, reunida a congregação da província para a eleição do procurador que devia ser mandado a Roma, a escolha nele recaiu. Sabe-se que desempenhou bem sua missão. Presume-se de sua autoria a memória anônima sobre os Trabalhos dos primeiros jesuitas no Brasil, citado. Uma sua carta, escrita por comissão do provincial Ignacio de Tolosa, datada da Bahia em 17 de dezembro de 1577 e dirigida ao geral Everardo Mercuriano, primeiro divulgada através da tradução francesa das Lettres du Iappon, Peru et Brasil (Paris, 1578), p. 73-79, é documento único sobre a expedição do Dr. Antonio de Salema a Cabo Frio, em que desbaratou os tamoios ali fortificados. Uma versão italiana dessa mesma carta publicou o meritório barão de Studart nos Documentos para a Historia do Brasil, v. II, p. 17-73. Da tradução francesa utilizou-se o Dr. Capistrano de Abreu para reconstituir magistralmente a narração daquela trágica jornada, em artigo publicado na Gazeta de Noticias, de 6 de novembro de 1882, sob o título de Gravetos da Historia Patria, transcrito em nota por Macedo Soares, em nota à segunda edição do Regimento das camaras municipaes, de Cortines Laxe (Rio de Janeiro, 1885),

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