LXXIV – A carta de sesmaria de 16 de março de 1568, dada por Mem de Sá, atribuiu a Arariboia a posse de uma légua de terra ao longo da mar e duas para o sertão, nas terras que possuíam Antonio de Marins e sua mulher, que às mesmas renunciaram em favor daquele principal. Aí se formou com ajuda dos jesuítas a aldeia de São Lourenço de de índios cristãos, aldeia da montanha desse nome por todo o lugar chamado Praia Grande, até os areais de Icaraí e aumentou de maneira que em 1578 já não havia terras para serem dadas aos índios Vasco Fernandes, Antonio de Salema, Salvador Corrêa, Antonio França e Fernão Alvares, que as solicitavam. Em 24 de janeiro de 1583 foi confirmada uma sesmaria de quatro léguas de terra aos índios de São Lourenço, de Macacu à serra dos Órgãos, por intervenção dos padres, para ascender às reclamações dos índios supra nomeados. As cartas das sesmarias, contra a escritura de renúncia que fizeram Antonio de Marins e sua mulher D. Isabel Velha a favor de Martim Affonso Araryboia, e outros documentos a respeito, publicou Joaquim Norberto – Memorias sobre as aldêas dos Indios na provincia do Rio de Janeiro, em Revista do Instituto Historico, tomo XVII (1854). — Antonio de Marins, ou de Mariz, era o Dr. Antonio de Mariz Coutinho, que foi provedor da fazenda real do Rio de Janeiro, e de quem fez José de Alencar uma das principais personagens do imortal Guarani.
LXXV – A aldeia de São Barnabé foi primeiro estabelecida no Cabuçu; depois, verificada a impropriedade do lugar, foi transferida para as vizinhanças do rio Macacu. A data de sua fundação deve orçar por 1578, que é a da sesmaria concedida pelo governador Salvador Corrêa. Em 1583 foram os índios de Cabuçu, durante algum tempo, doutrinados por Anchieta, de volta das celebradas pescarias de Maricá. – Cardim diz que as duas aldeias de São Lourenço e São Barnabé teriam três mil índios; quase três mil – avalia Anchieta – Informações citadas, p. 43.
LXXVI – O pau que tinge de amarelo deve ser a tatajuba, árvore da família das urticáceas (Moclura affinis, Miq.), a que se referem Gabriel Soares e frei Vicente do Salvador. Da casca dessa árvore se extrai matéria corante amarela.