de qualquer parte que o tomam, mostra todas as cores, principalmente um amarelo mais fino que ouro.
O corpo é pardo, tem o bico muito comprido, e a língua de dois comprimentos do bico; são muito ligeiros no voar, e quando voam fazem um estrondo como abelhas, e mais parecem abelhas na ligeireza que pássaros, porque sempre comem de voo sem pousar na árvore; assim como abelhas andam chupando o mel das flores; têm dois princípios de sua geração; uns se geram de ovos como outros pássaros, outros de borboletas, e é cousa para ver, uma borboleta começar-se a converter neste passarinho, porque juntamente é borboleta e pássaro, e assim se vai convertendo até ficar neste formosíssimo passarinho; cousa maravilhosa, e ignota aos filósofos, pois um vivente sem corrupção se converte noutro.
Guigranheengetá – Este pássaro é do tamanho de um pintassilgo, tem as costas, e asas azuis, e o peito, e barriga de um amarelo finíssimo. Na testa tem um diadema amarelo que o faz muito formoso; é pássaro excelente para gaiola, por falar de muitas maneiras, arremedando muitos pássaros, e fazendo muitos trocados e mudando a fala em mil maneiras, e atura muito no canto, e são de estima, e destes de gaiola há muitos e formosos, e de várias cores.
Tangará – Este é do tamanho de um pardal: todo preto, a cabeça tem de um amarelo laranjado muito fino; não canta, mas tem uma cousa maravilhosa que tem acidentes como de gota coral, e por esta razão o não comem os índios por não terem a doença; tem um gênero de baile gracioso, sc., um deles se faz morto, e os outros o cercam ao redor, saltando, e