Castro Alves - o poeta e o poema

Nem a conclusão, nem a premissa estão certas. O crítico esquece que Pedro Luís e José Bonifácio existiram, ou de indústria os suprime, para o seu efeito... E Veríssimo(1)Nota do Autor lembrou que o primeiro foi "o precursor da inspiração política e social e do que depois se chamou condoreirismo, na nossa poesia". "Deixou meia dúzia de poemas, os melhores no tom épico "Os Voluntários da Morte", "Terribilis Déa" que todo o Brasil conheceu, recitou, admirou": e isto de 60 a 65.(2)Nota do Autor Castro Alves sofreu tanto essa influência que até a sua Deusa Incruenta é uma antítese à Terribilis Déa, à Imprensa, benfazeja, contra a guerra de extermínio: ficar-lhe-ia o tom, a Tobias ficara o tom e a canção guerreira, a imitar, como imitou, entretanto sem a inspiração épica de Pedro Luís. Se "condoreiro" deriva de condor, o nome que pôs Capistrano de Abreu à poesia heroica que adotara esse "totem", não convinha à de Tobias Barreto; com efeito, não existem "condores", "Andes", "amplidão", em sua poesia, ao menos as que se imprimiram nos Dias e Noites: duas vezes, contadas, usou a primeira palavra, uma vez a outra, nenhuma a terceira; Castro Alves é que delas abusou e, como louvor ou censura, bem pode chamar-se "condoreiro": mas foi um incidente ou uma fase da sua poesia.

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