Castro Alves - o poeta e o poema

porque José Bonifácio foi dos primeiros a lhe prantear a morte, n'À margem da corrente, e num soneto comovido. Ele ouvia "o sabiá cantar",

Ouvi... ouvi... terníssima
A extrema nota, repetida ainda...
— Eco saudoso das canções de outrora
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Mas do teu coração, inda a saudade
Ficou — murmúrio e flor, brisa e perfume.

Outro que a amizade e a admiração deviam conceder alguma influência seria Fagundes Varela, de quem diz Regueira Costa, que com ele frequentava o jovem Castro, quando, em Santo Amaro, no Recife, numa vivenda bucólica, se ocupava em amar a "encantadora Idalina" e a escrever o poema d'Os Escravos. À reminiscência desses amores, mais tarde, em 1870, nas Aves de Arribação, juntou a lembrança do amigo, numa epígrafe de lindos versos seus:

Pensava em ti nas horas de tristeza
Quando estes versos pálidos compus
Cercavam-me planícies sem beleza
Pesava-me na fronte um céu sem luz...

Contou-me o Dr. Rodrigues Peixoto ouvira Castro Alves responder a alguém, que lhe indagava da preferência, entre os poetas brasileiros: — "Dos contemporâneos, Fagundes Varela; dos passados,

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